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Macron, o presidente da esperança

  • Maria Paula Carvalho
  • 14 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

PARIS - “Coragem!” foi a última palavra de François Hollande, ao fim do tapete vermelho que o levava para a posição de ex-presidente da França. Sorridente e visivelmente emocionado, o socialista passou o bastão a Emmanuel Macron, com um longo aperto de mãos, antes de deixar o Palácio do Eliseo, sob aplausos de colaboradores e honrarias da Guarda Republicana.

Com mais de 20 milhões e 700 mil votos, o centrista Macron conquistou o poder e a responsabilidade de apaziguar a cólera, reparar as feridas, acabar com a dúvida, traçar o caminho e encarnar a esperança. Seu sucesso, a partir de agora, será o sucesso da França, uma República indivisível, laica, democrática e social.

No salão de festas presidencial, diante de convidados e da esposa Brigitte, vestida em azul celeste, ele falaria sobre a vocação e a voz do país no mundo.

Lá, foi recebido por Laurent Fabius, presidente do Conselho Constitucional, que citou François–René de Chateubriand, político e ensaísta francês (1768-1848), para ressaltar a dificuldade e importância da missão assumida. “Para ser o homem do seu país, tem que ser o homem do seu tempo”.

Em seu primeiro discurso, Macron passou uma mensagem de otimismo e espírito de conquista. “Vocês escolheram. Enquanto todos olhavam se voltaríamos para o passado e sairíamos da história, cedendo à intolerância e à divisão, o povo preferiu abraçar o novo e renovar a fé nos valores que nos tornaram um grande país,” disse.

“O mundo precisa de força, de democracia exemplar e de vitalidade econômica”, afirmou ainda o presidente. “O mundo e a Europa precisam mais do que nunca da França, uma França certa do seu destino, que é porta-voz da liberdade e da solidariedade, que sabe inventar o novo. O mundo precisa que os franceses tenham audácia, exigindo legalidade e fraternidade.”

Consciente das dificuldades, Macron admite viver num país ameaçado em sua cultura, em seu modelo social e que guarda dúvidas sobre o amanhã. E por isso fez duas exigências/promessas:

1. Devolver a confiança para o povo e os mais enfraquecidos. “Eu não penso um só segundo que ela será restaurada por magia,” afirmou, aceitando que a batalha será longa, mas indispensável. O objetivo é “convencer que o nosso país possui no sangue todos os recursos para estar no primeiro escalão das grandes nações do século XXI.”

Para cumprir essa promessa, destacou mais liberdade no mercado de trabalho, assistência para as empresas, reafirmando que criação e inovação deverão estar no coração das ações de governo. Aqueles que se sentem esquecidos pelo vasto movimento atual do mundo, aqui, estarão protegidos, segundo o presidente. Enquanto a Europa deverá proteger o país e permitir levar adiante os valores ocidentais.

E para avançar num novo capítulo da história, fez um segundo alerta: 2. “Precisarei de todos, da responsabilidade das elites política, econômica, social e religiosa, todos serão chamados”. O projeto para devolver o senso profundo de dignidade exige que os mais favorecidos ajam de maneira justa e eficaz com o povo. “A França é forte quando prospera, é moderna quando é exemplar”, disse Macron.

Se seus planos derem certo, o povo poderá recuperar o gosto pelo que está por vir. O mundo ouvirá falar da França como modelo de valores e princípios. “O mundo espera que sejamos sólidos. Nosso papel é eminente perante a responsabilidade da crise contemporânea, climática, imigratória e a ameaça do terrorismo. Vamos construir o mundo que as novas gerações merecem,” prometeu.

Macron encerraria sua fala dizendo que nada vai apagar sua determinação de defender os interesses superiores da França, sua vontade de reconciliar e de mostrar ao mundo que uma mudança é possível.

De hoje em diante “eu estarei para o trabalho”, finalizou . O que a sociedade ouviu esta manhã certamente poderá devolver o otimismo num país que vinha perdendo o entusiasmo pela política, a ferramenta de ouro de como funciona a democracia. Para o público que e o saudou debaixo de chuva no Champs Élysées, o jovem presidente é o símbolo da expectativa. Agora, é acompanhar a construção do novo governo, nos próximos dias, e votar nas eleições de junho com o mesmo fito de construir um caminho para todos.

 
 
 

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