G7: chegou a hora de impulsionar uma agenda verde
- Maria Paula Carvalho
- 29 de mai. de 2017
- 2 min de leitura
PARIS - Crescimento econômico, comércio internacional, combate ao terrorismo. Entre tantos temas debatidos na agenda do G7, o grupo dos países mais ricos do mundo, havia pelo menos um ponto de divisão. Justo num assunto em que a concordância poderia significar a sobrevivência de todos, o placar final dos debates esteve mais para 06 a 01.
A questão crucial do encontro em Taormina, na Itália, foi o aquecimento climático. Para a surpresa e decepção mundial, os Estados Unidos não queriam sequer a menção ao acordo de Paris no comunicado final da conferência. Enquanto França e Alemanha atuavam como cavalos de batalha pelo prosseguimento das diretrizes assumidas durante a Cop 21.
A não menção da ameaça climática no documento do encontro seria enviar ao resto do mundo um sinal desastroso sobre a coesão das grandes potências mundiais quanto a esse desafio monumental. Felizmente, nessa hora, a França demonstra que vai erguer a voz em favor do que acredita ser essencial para a estabilidade da vida no planeta. E quando Donald Trump se mostra cada vez mais intolerante às mudanças, ao liberar a indústria poluidora de carvão americana, Emmanuel Macron não perdeu tempo em explicar ao colega as oportunidades que poderão surgir com a transição energética, em termos de emprego e geração de riqueza.
Mesmo que o problema climático seja praticamente um consenso entre as economias mais avançadas, para frear essa ameaça global será preciso mais do que sorrisos e apertos de mão. Conforme aponta a imprensa internacional, o G7 dividiu-se claramente entre aqueles que são tetanizados por Trump e dispostos a agradá-lo e os que guardam certa distância, com um discurso articulado. Felizmente, para o bem geral, Emmanuel Macron lidera o segundo grupo.

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