Já usou o seu bot hoje? Os novos caminhos da Comunicação
- Maria Paula Carvalho
- 16 de dez. de 2017
- 3 min de leitura
PARIS – Você já parou par pensar qual deverá ser a “carinha” do seu futuro robô? Que padrões de proximidade, informalidade e frequência vão delinear essa relação? Ou, melhor ainda, você já tem o seu personal assistent para ajudar nas tarefas cotidianas? Segundo concebem as empresas de tecnologia, cozinhar, ouvir música, procurar assuntos interessantes, enviar e-mails ou mesmo ligar para a sua mãe, certamente não serão as mesmas experiências de hoje.
Ter um bot (da palavra inglesa robot) para resolver e atender eficientemente as mais diversas funções do dia a dia será tão comum no futuro quanto hoje andamos com nossos smartphohes a tiracolo. Se entre 2007 e 2017 as empresas investiram rios de dinheiro em mobilidade, agora é força total na inteligência artificial. Esse é o foco para os próximos dez anos. Pensar sobre AI, entretanto, não se limita às máquinas, mas abrange também o conjunto daqueles que as dominam ou não; essa será a nova fronteira do amanhã.
Palestrantes da nona edição do Seminário sobre Novas Práticas de Jornalismo, na SciencePo – Paris, mostram como a inteligência artificial vai mudar nossas vidas. Da maneira como lidamos com os diferentes devices (celular, tablet, aparelhos domésticos, roupas) à forma como pensamos a indústria e a produção.
Quem foi criança nos anos 1960 e mesmo depois, com as reprises e a continuação dos episódios, vai lembrar da família Jetson. Habitantes de Orbit City, os personagens do desenho criado por Hanna-Barbera adiantavam algumas das ferramentas que usamos hoje, como a vídeo chamada. Embora ainda não tenhamos à disposição os carros voadores de George Jetson, o protagonista da série, estamos cada vez mais perto de conquistar a nossa Rosie, a empregada robô que também era a babá do pequeno Elroy.
Mais do que nunca, engenharia e ciência sociais andam de mãos dadas. A revolução em curso necessitará de um conhecimento híbrido. Contudo, o mais importante deverá ser o bem estar da população e a interatividade. De forma muito simplificada, os bots procuram palavras-chave e interpretam comandos a fim de responder a demandas específicas dos usuários. Você tem um problema, ele aponta as soluções nos canais digitais. Tudo de forma automática.
Benoît Rapahel é um ex-jornalista que se tornou “educador de robôs”. A empresa dele, a Flint, cria bots personalizados ao gosto do freguês, sobretudo para ajudar os internautas a localizarem bons conteúdos na Internet. Cada bot será educado com aquilo que é sensível ao seu dono. Combinar AI com a expertise humana é o mote da vez. O bot procura artigos e reportagens de qualidade, enviando por e-mail somente aquilo que vale a pena ser lido. O serviço já tem 7 mil assinantes na França.
Por outro lado, também são os bots que acabam sincronizando as suas pesquisas a um monte de ofertas disponíveis. Não é por acaso, afinal, que o internauta recebe diretamente no seu perfil de redes sociais justamente a propaganda daquele produto que acabou de procurar on line. Não, não é coincidência!
No que depender do ímpeto das gigantes como Google, o convívio com robôs será tão comum amanhã quanto nos parece hoje interagir em grupos do WhattsAap. Nesse caso, aliás, esqueça o teclado de uma vez por todas e afine a voz. Pois a tendência é que os comandos mudem para se aproximar do que seja uma conversa automatizada. Bastará, por exemplo, perguntar ao seu bot “quais as notícias mais importantes do dia? E a reposta virá classificada por área de interesse. Nos jornais, as mudanças já começaram. Assunto do meu próximo post. Abraços!

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