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Investimentos no Brasil só depois de 2019, apontam empresários franceses

  • Maria Paula Carvalho
  • 20 de jan. de 2018
  • 3 min de leitura

PARIS – Investidores franceses estão em compasso de espera: “o Brasil é um país de altos e baixos”, explica Philipe Lecourtier, presidente da Câmara de Comércio França-Brasil. Situada de frente para o Rio Sena, dentro da embaixada brasileira, a instituição trabalha para acelerar as trocas comerciais entre os dois países. Mas em ano de eleições no Brasil, muitos empresários preferem aguardar o resultado das urnas antes de se comprometerem.

Segundo empresários europeus, é preciso ser “cascudo” a fim de investir no Brasil, levando em conta as incertezas do país. Os solavancos da economia ditam o ritmo da aplicação de recursos, marcando o período entre uma recessão e as novas projeções de crescimento. Um cenário mutante de constantes possibilidades e decepções. “Para alcançar sucesso é preciso nadar a favor da corrente, aproveitando os baixos para se preparar para quando a onda de investimentos for retomada. É assim em uma visão de longo prazo”, ensina Lecourtier.

Após recente visita ao Brasil, o empresário diz aguardar os próximos passos no cenário político para tomar decisões. O objetivo, sobretudo, é levar expertise e qualidade francesas para a maior nação da América do Sul, e dar visibilidade na Europa às boas oportunidades, em associação com empresários brasileiros, em um mercado cada vez mais globalizado. Atualmente, a diplomacia internacional trava conversas sobre temas como a liberação de produtos agrícolas, especialmente o fornecimento de carnes. As tratativas avançam a cada rodada de negociação. Entretanto, a questão da segurança quanto ao controle de normas sanitárias, exigidas pela Comunidade Europeia, ainda representam um forte ponto de conflito.

Há incerteza se Brasil e Argentina conseguirão manter tais controles e, se conseguirem, que lugar essas nações poderiam ocupar no mercado francês? Lecourtier acredita que os produtos brasileiros tomariam uma parte, jamais a totalidade do mercado de carnes, especialmente porque os cortes feitos no Brasil diferem dos vendidos na Europa. Todavia, sempre que se fala em abrir fronteiras, entra o protecionismo como contrapeso da equação.

Em 2016, o volume de investimentos internacionais direcionados ao país despencou 23%, de US$ 65 bilhões para US$ 50 bilhões, segundo relatório divulgado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Mesmo assim, o Brasil saltou da oitava para a sétima posição no ranking das economias que mais receberam recursos do exterior no período. A queda no fluxo do chamado Investimento Estrangeiro Direto (IED), normalmente direcionado aos projetos de longo prazo, foi mais acentuada que a retração média global, de 13%.

Os franceses têm participação em empreendimentos nos setor de petróleo e em energia renovável em terras brasileiras. Nos últimos três anos, a França tem sido o segundo país que mais investe no Brasil, com 7 bilhões de dólares. Lecourtier explica que a queda da inflação e os juros mais baixos podem se tornar atrativos. Porém, nada de vultoso deve acontecer antes de outubro. “O clima agora não é propício para negócios. Vamos aguardar as eleições e depois a posse, em janeiro”. Portanto, a expectativa é que o ritmo de investimentos seja retomado a partir de 2019. “Seja quem for que ganhar, terá que por em práticas programas sociais, para aliviar o sofrimento de uma grande parcela da população brasileira,” aconselha o empresário, para quem a redistribuição de renda é ponto pacífico para o progresso do Brasil. O momento atual pode ser descrito como um enorme ponto de interrogação. Afinal, até agora não há definição quanto a quem, ou que caminho esse líder poderá tomar para tirar o país da situação de penúria.

 
 
 

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